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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

I Conferência de Estudos sobre o Cotidiano


I Conferência de Estudos sobre o Cotidiano (15 a 17 de setembro de 2010)

Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação em Comunicação
Grupecj- Grupo de Pesquisa sobre o Cotidiano e o Jornalismo.
I CESQ – Primeira Conferência de Estudos sobre o Quotidiano.


Justificativa:

Em um país de dimensões continentais como o Brasil, a importância de uma conferência anual de estudos sobre o cotidiano se faz premente à medida que a troca simbólica, entre os imaginários da vida cotidiana, pode ser fortalecida a partir de estudos produzidos por pesquisadores das diversas áreas de conhecimento, como uma forma de pensar as nossas culturas através de suas diversas possibilidades metodológicas, estéticas e filosóficas.

A CESQ nasce como um meio de dirimir as distâncias, impostas arbitrariamente, entre as culturas tecnológicas e as culturas populares – pois os estudos sobre o cotidiano procuram não demarcar fronteiras para as manifestações estéticas de um povo, muito menos de uma região em relação aos centros economicamente ricos.

PROGRAMAÇÃO:


15 DE SETEMBRO:

09h00: ABERTURA DO EVENTO
- Coordenador da mesa: Fabiano Silva (Mestre em Sociologia – UFPB)
- Diretora do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Prof. Drª. Maria Aparecida Ramos de Menezes
- Coordenador do Mestrado em Comunicação da UFPB
Prof. Dr. Marcos Nicolau
- Coordenador do evento
Prof. Dr. Wellington Pereira


09h30: CONFERÊNCIA DE ABERTURA
- Conferencista: Prof. Dr. Massimo Di Felice (USP)
“Paisagens pós-urbanas, o fim da experiência urbana e as formas comunicativas do habitar”.

11h00: LANÇAMENTO DE LIVROS
- Coordenadora: Carol Porto (Doutoranda em Sociologia – UFPB)

14h30: MESA REDONDA - TEMA: Metodologias do Cotidiano
- Coordenadora da mesa: Geanne Lima Batista (Mestranda em Comunicação e Culturas Midiáticas -UFPB)
- Prof. Dr. Adriano de Leon (UFPB)
- Carol Porto (Doutoranda em Sociologia, UFPB): "A técnica do jornalismo e a estética do cotidiano: o jornalista codificador e decodificador de discursos culturais".
- Patrícia Lins (Mestre em Sociologia, UFPB): "Formas de análises da violência cotidiana na mídia"
- Dayana de Melo (Mestranda em Comunicação, UFPB): "Dos deuses gregos aos deuses midiáticos:mitos e ritos do Olimpo moderno".


16 DE SETEMBRO

08h30: MESA REDONDA - TEMA: Cotidiano e Mídias digitais
- Coordenadora da mesa: Ilana Almeida (Mestranda em Comunicação - UFPB).
- Profª Drª Nadja Carvalho (UFPB) – “Mídia celular, da ficção aos trejeitos no habitar”.
- Daniel Abath (Mestrando em Comunicação, UFPB) - "A regionalização lúdico-midiática: representações da cotidianidade brasileira nos videogames".
- Thiago Marinho (Mestrando em Comunicação, UFPB): "A imagem como diferencial no cotidiano da Web".
- Pablo Peixe (Mestrando em comunicação, UFPB): "Observando e jogando: DOTA e Garena como plataformas digitais de comunicação e socialização".

14h30 CONFERÊNCIA – TEMA: “Pós-humanismo, as relações entre o homem e a técnica na época das redes”.
- Coordenadora da mesa: Amanda Tenório (Mestranda em Comunicação – UFPB)
- Prof. Dr. Massimo Di Felice (USP).


17 DE SETEMBRO

08h30: MESA REDONDA – TEMA: COTIDIANO E INTERSECÇÕES CONCEITUAIS
- Coordenadora da mesa: Luana Câmara (Graduanda em Comunicação e bolsista do Grupecj – UFPB)
- Profª Drª Tereza Queiroz (UFPB): “Juventude, cultura e cotidiano”.
- Joachin Sobrinho Neto (Mestre em História, UFCG): “Cotidiano, exclusão social e crônica jornalística na Belle Époque carioca”.
- Patrícia Monteiro (Mestre em Comunicação, UFPB): “Os contornos do feminino e cotidiano midiático”.
- Viviane Guedes (Mestre em Sociologia, UFPB): “Política, cotidiano e discurso midiático”.


14h30: CONFERÊNCIA – TEMA; “Do público para as redes, a transformação da participação social na época do social network”.
- Coordenadora da mesa: Marina Magalhães (Mestranda em Comunicação– UFPB)
- Prof. Dr. Massimo Di Felice (USP)

18h00: ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

De Albert Camus, com carinho, ao seu mestre.


Em meio ao turbilhão de textos que ando lendo, sejam para o mini-curso que será ministrado durante o II Colóquio Internacional de História da UFCG, para a seleção de doutorado e para o artigo que pretendo publicar, no citado evento, sobre o mercado editorial na Primeira República, não pude deixar de me envolver por um misto de encantamento e rejubilar ao adquirir a obra O primeiro homem do escritor argelino, que muitos insistem em taxar de francês, Albert Camus.
Chama a atenção o fato de O primeiro homem ser uma narrativa autobiográfica, como coloca Manuel Costa Pinto, sobre a impossibilidade da memória. pois o livro traz a tona alguns traços da história familiar do escritor como a morte precoce do pai, durante a I Guerra Mundial; a infância pobre em um bairro de Argel; a figura da mãe descendente de espanhóis surda e analfabeta; o tio toneleiro e a adoção intelectual pelo professor Louis Germain. Talvez ter crescido em meio a esse contexto adverso é que deu a fisionomia do escritor aquela expressão séria, própria de quem exerceu labores extenuantes e pouco remuneradores. Mas o autor de A morte feliz, livro no qual a trama narrativa gira em torno de um personagem que assassina um velho debilitado, com pleno consenso da vítima, e rouba os bens do ancião para viver com a companheira em um chalé à beira de uma praia francesa, na mais tranquila das pazes, desconstruindo, assim, o que considera como um mito covarde e burguês no dizer de que "o dinheiro não traz felicidade", me surpreendeu, mais uma vez, com a carta que escreveu ao seu tutor da infância - após ter recebido o prêmio nobel de literatura - em 1957.
Segue aqui transcrito trechos da carta de Camus ao professor Germain:

19 de novembro de 1957
Caro Monsieur Germain,

Deixei que passasse um pouco o movimento que me envolveu todos esses dias antes de vir-lhe falar-lhe de coração aberto. Acaba de me ser feita uma grande honra que não busquei, nem solicitei. Mas quando eu soube da novidade, meu primeiro pensamento, depois de minha mãe, foi para você. Sem você, sem essa mão afetuosa que você estendeu ao menino pobre que eu era, sem seu ensino, sem seu exemplo, nada disso teria acontecido. Eu não faço questão dessa espécie de honra. Mas essa é ao menos uma ocasião para dizer-lhe o que você foi e é sempre para mim, e para assegurar-lhe que os seus esforços, o seu trabalho e o coração generoso que você coloca em tudo que faz, sempre de maneira viva com relação a um de seus pequenos discípulos que, não obstante a idade, não cessou jamais de ser seu aluno reconhecido. Eu o abraço com todas as minhas forças.

Albert Camus.


A carta e a resposta de Germain foram anexadas a edição de O primeiro homem, pela então viúva do escritor Francine Camus, após o falecimento precoce do autor, em um acidente, no ano de 1960. Portanto, se fez uma literatura ácida, muitas vezes, em relação as atrocidades cometidas pelos colonizadores franceses aos povos árabes, o escritor era dotado também de um indisfarçavel humanismo que aflorava nas mais inóspitas e absurdas situações que narrava.