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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Recomeçando!

Bom, estou aqui mais uma vez reiniciando este trabalho, um tanto quanto catársico, que é manter um blog. Creio que já possuo alguma experiência com esse labor, as vezes ingrato. O último que deixei naugrafar no mar de quinquilharias da web foi o "Bar das Sequelas". Bom, em uma longa nota que explicavam minhas razões para pular fora do barco, aleguei que diante de diversas experiências que vivenciei, passei a achar que um bar cheio de sequelas não é lá um local tão edificante assim. O "bar das sequelas" foi transformado em "Clandestino Pensar" em uma nítida alusão as formas de literatura que eram produzidas no século XVIII que eram proibidas pelo absolutismo por veicularem um conteúdo que, segundo o historiador Robert Darnton, contribuía para dessacralizar as hierarquias sociais entre nobres e plebeus na Europa e, especialmente, na França.
Bom, o "Clandestino Pensar" agora reside na inércia. Como meu antigo login e senha do gmail foi hackeado por algum desocupado, eu tanto perdi o acesso a meu antigo e-mail bem como ao meu blog. O fato é que as antigas postagens estão todas lá, embora, parece que ,antevendo que algo iria dar errado, eu fiz uma verdadeira limpeza no blog retirando de lá alguns posts que possuíam um teor em torno dos quais eu já não nutria qualquer afinidade ou razão para defendê-los.
Semântica dos Tempos é um blog cujo título foi inspirado no título do livro do historiador Reinhart Koselleck chamado Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos (2006), traduzido por Wilma Patrícia Maas e Carlos Almeida Pereira. Não pretendo resenhar a obra, mas apenas expressar que é uma das minhas favoritas em critérios de rigor e densidade historiográfica. A discussão feita por Koselleck em torno da convivência do passado - manifestada sob o conceito de experiência - com a modernidade, ao mesmo tempo em que se abrem as possibilidades para o futuro - conceituado pelo historiador como horizonte de expectativa - é simplesmente magistral e serve como um balde de água fria na cabeça de quem gosta de delimitar rigidamente as experiêcias temporais em antigo, moderno, pós-moderno e blá, blá blá. Na verdade, tudo isto ainda está muito emaranhado e é preciso parar de pensar que as experiências passadas serviram apenas para determinar o presente. Ora, é preciso tornar o nosso próprio conceito e noção de presente mais indeterminado.
Por hora é isso. Pretendo aqui falar das coisas que gosto e quem sabe até de pessoas que gosto também. Aqui estamos, mais uma vez, flutuando entre os detritos virtuais da web, mas com uma série de boas intenções. Obrigado pela sua preciosa atenção, caros (as) leitores (as) e um bom fim de semana!


2 comentários:

  1. Joachin quis te deixar este poema sobre o tempo e deixo...

    O Tempo

    Esperei por um tempo
    Que passou invisível.
    Corri atrás das mudanças
    Para vê-lo tocar em mim.
    A percepção foi uma passagem
    Efêmera em meus sentidos.

    Esperei por um tempo viajante
    Até esbarrar nas horas e renunciá-lo.
    Deixei enganar-me pelo fio dos segundos
    No espaço do tempo em que se sonhava.

    Inevitável tê-lo visto correndo a galope,
    No entardecer de minha vida.

    Vivi perigosamente,
    Esquecendo-me das ciladas.
    Escolhi estar cega.
    Agora tenho o tempo no fundo de um copo
    Insinuando-se absoluto.

    Sou testemunha, de tê-lo visto,
    Como o ladrão da noite nos meus dias.

    Rachel D.Moraes

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  2. Obrigado pelo precioso poema, Rachel! Sempre aprendo muito com eles! :^D

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