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domingo, 31 de julho de 2011

Globalização e periferia



"Ao circular pelas bordas da cidade de São Paulo, constata-se uma imensa variedade de culturas: praticantes de aulas de expressão teatral e dança, poetas fazendo intervenção, ativistas promovendo músicas populares mixadas, grupos em aula de computação, artistas produzindo seus vídeos, rappersda “perifa”, feiras culturais, performances das mais diversas linguagens, enfim fazedores de culturas vivas na cena urbana brasileira. São movimentos que reivindicam e fazem mais cultura, grupos que se organizam com temáticas gerais ou específicas (meio ambiente, moradia, economia da cultura etc.). (...)

Nas margens do “hiperliberalismo” globalizado emerge uma terceira cultura que aponta para novas e sutis realidades, “cidades periféricas” com sua própria centralidade, formando movimentos de convivência e redes culturais que criam novos modos de vida em comunidade.

Esses agentes locais nadam na contracorrente da lógica que nega direitos sociais e provoca segregação, isolamento, miséria e falta de infraestrutura, formando um caldo de cultura da violência que entra nos poros da sociedade. Resultado: esgarçamento das energias dos que vivem do trabalho e perda de pertencimento comunitário, tendo como subproduto o assassinato de jovens negros e mestiços".

Valmir Souza.

Para ler todo o conteúdo do artigo do professor Valmir Souza, publicado no Le Monde Diplomatique, acessem o link:

http://diplomatique.uol.com.br/artigo.php?id=960

Boas reflexões!

Um comentário:

  1. Bravo!

    A vida é mesmo a arte ca$@#@ e cuspida, e vice-versa:

    "O homem comum cria maneiras de usar a ordem imposta, ou o sistema imposto do lugar, como atenta Michel de Certeau (1998, p. 93): 'Sem sair do lugar onde tem que viver e que lhe impõe uma lei, ele aí instaura pluralidade e criatividade. Por uma arte de intermediação ele tira daí efeitos imprevistos'. É o que ocorre com os moradores da favela do Rio, no game Call of Duty Modern warfare 2, quando observamos a presença de grafites nos muros que representam punks, jovens com megafones, bandidos mascarados e expressões coroadas".

    Os espaços periféricos (numa periferia tanto social quanto visual) se constituem como uma importante fonte epistêmica sobre as práticas socioculturais da nossa sociedade.

    Valeu irmão!

    Lógico:
    CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.

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